bonjour! tudo começa em Paris

a capital da moda que se reinventa

 

Hey! Ou melhor, Bonjour!

Cada fashion week é especial, mas confesso: Paris é a minha favorita. Esse ano estou acompanhando intensamente porque no meu trabalho fazemos cobertura completa, então vi praticamente tudo. E estou mais encantada do que nunca… afinal, Paris sempre vai ser Paris.

Além disso, trouxe a Stella Lafer para dividir dicas de Milão, preparei um guia para encontrar o vestido de casamento perfeito & more.

PS: Estou escrevendo isso antes do álbum da Taylor sair, mas tenho certeza que está impecável, então, muito BOM DIA!

Espero que gostem :)

Have a nice reading!

Paris is Paris. Always have, always will.

Algumas coisas se tornam tão cotidianas que a gente esquece de pensar como elas se tornaram relevantes e poderosas no nosso meio. No mundo da moda, eu diria que isso acontece com as Fashion Weeks. Hoje sabemos que são eventos criados para apresentar coleções à imprensa, buyers e, cada vez mais, para chamar atenção com artistas e influenciadores, mas de onde veio tamanha relevância no meio? E por que Paris continua sendo a mais famosa, mesmo com tantos designers novos surgindo em outros países?

Não à toa Paris é chamada de capital da moda, e isso vem de uma herança antiga. Mesmo com toda a globalização e o acesso rápido à informação, a cidade segue sendo referência em estilo. Pequenos passos dados lá atrás ajudaram a construir essa magnitude que permanece até hoje.

A história da moda francesa começou no século XVII, com Luís XIV, o “Rei Sol”. Extremamente vaidoso e extravagante, ele entendia a força da imagem. Logo, o ministro das finanças da França percebeu o impacto econômico que essa “arrumação toda” poderia gerar, passando a incentivar as indústrias têxteis. A partir disso, a nobreza francesa virou referência para outros reinos, chegando ao auge com Maria Antonieta, considerada por muitos como a primeira influencer de moda. Ela popularizou a troca frequente de roupas, deu origem ao estilo rococó e até hoje é lembrada como ícone de estilo (escrevi sobre ela nessa edição aqui)

No final do século XVIII, surgiu outro marco: a Alta Costura. Foi Charles Worth quem moldou a moda como conhecemos hoje: ele criou o conceito de apresentar duas coleções por ano, costurar etiquetas nas peças e até começou a ditar tendências para a Europa.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Paris correu risco de perder esse protagonismo, já que Hitler queria transformar Berlim na capital da moda. Para proteger a herança francesa, foi criada uma legislação que define o que é Alta Costura: a maison precisa estar localizada em Paris, empregar um número específico de artesãos, dedicar horas de trabalho manual às peças e, principalmente, ser francesa.

Até hoje, apenas 13 maisons fazem parte oficialmente desse seleto grupo. Entre os nomes, temos Chanel, Dior, Saint Laurent, Givenchy e Giambattista Valli. A Alta Costura mantém viva a parte mais pura da moda, e é um dos principais motivos pelos quais Paris continua sendo o coração desse universo. No pós-guerra, a capital francesa estava preocupada com a ascensão de Nova York, que em 1943 havia organizado a primeira Press Week (Fashion Week como conhecemos hoje em dia). Mas em 1947, surge a arma secreta francesa: Christian Dior.

Sua primeira coleção, Corolle, deu origem ao famoso New Look, que foi um marco na moda da época. Saias volumosas, cinturas marcadas e feminilidade deliberada. Rompendo com o pragmatismo da guerra, Dior ajudou a redefinir a silhueta feminina e recolocou Paris no centro das atenções.

O New Look foi quase político. Depois da austeridade da guerra, foi visto como um símbolo de esperança e renascimento. Há relatos de mulheres chorando ao ver os desfiles, porque aquilo representava um retorno à beleza, ao prazer de se vestir.

Paris já reunia nomes que se tornaram lendas: Coco Chanel e Elsa Schiaparelli são apenas alguns exemplos da força que o país reunia já naquela época.

A primeira Paris Fashion Week oficial só aconteceu em 1973, com a criação da Fédération Française de la Couture. O evento de abertura foi a lendária Batalha de Versalhes, um desfile-beneficente para arrecadar fundos e restaurar o palácio. Colocou frente a frente cinco grandes designers franceses contra cinco americanos. Foi um divisor de águas que colocou Paris de volta no topo da moda.

Mas antes mesmo da regulamentação, vale mencionar que os desfiles parisienses existiam e eram eventos sociais, bailes luxuosos no início do século XX, onde a moda se misturava com espetáculo. Isso mostra como Paris sempre soube transformar roupa em experiência, algo que continua até hoje.

A partir daí, os desfiles só ficaram mais ousados: Thierry Mugler lotou o estádio Le Zénith em 1984, Karl Lagerfeld trouxe à Chanel cenários divertidos e inusitados, John Galliano reinventou a Dior e trouxe dramaticidade e romantismo para as passarelas, a chegada dos japoneses Yohji Yamamoto e Comme des Garçons, que revolucionaram a forma de pensar o estilo, Alexander McQueen teve sua estréia e ascensão..

Thierry Mugler 1984

Hoje vivemos uma nova era dos designers, marcada por mudanças rápidas e pelo surgimento de grandes talentos. Jonathan Anderson, Matthieu Blazy, Louise Trotter… a lista é longa. Mas, mais do que nomes, o que se mantém é o papel de Paris como palco dos maiores espetáculos da moda.

A cidade carrega cultura, história e uma essência que nunca se perde: fazer moda de forma artística, ousada e memorável. Paris continua sendo o centro da moda, e direta ou indiretamente, influencia o que vestimos e admiramos até hoje.


Shop my cool finds 🙂

A week in Milan w/ Stella Lafer

Oiii, prazer :)

Meu nome é Stella, tenho 21 anos e sou brasileira, mas moro em Madrid! Eu cresci numa família muito visual e sempre fui muito ligada à moda, principalmente pelo trabalho da minha mãe. Hoje em dia, estudo comunicação e mídia digital aqui na Espanha, mas tenho aquele pezinho no meio e gosto de compartilhar esse meu lado (entre outros) por aqui 🙃

Essa última semana tive a chance de passar uns dias em Milão durante a Fashion Week, mas queria dividir aqui algumas dicas que, mesmo fora da semana de moda, valem super a pena na cidade!

  • A minha primeira parada em Milão foi na La Latteria, e a sua também deveria ser: é um lugar super autêntico de comida italiana bem caseira e simples. Ficaram fechados no último ano, mas acabou de ser comprado pela Loro Piana e foi reaberto.

  • Visitei uma exposição incrível do fotógrafo Glen Luchford no Corso Como Gallery – cheia de registros históricos da moda, reunindo mais de 30 anos de retratos e campanhas icônicas, incluindo trabalhos com Kate Moss e Gucci.

  • Dei uma passada na Antonia, loja de departamento com uma curadoria impecável, só com as peças mais especiais, edições limitadas e lançamentos exclusivos (vale muito a visita!!!!).

  • Comi uma das melhores massas da minha vida no Bice (pappardelle al telefono). A carne da minha mãe também estava incrível e o lugar é super charmoso.

  • Fiz pilates no Noi Studio (super fofo e acolhedor) e também fui no Barry’s pra treinar HIIT – não vivo sem meu exercício de manhã :)

  • Pausa para matcha sempre no Café Kitsuné (originalmente conhecia de Paris; se estiver em qualquer uma dessas cidades, vale muito a pena ir).

  • Não pode deixar de passar na Marchesi, a pâtisserie histórica do grupo Prada; provei a balinha de violeta (tem gosto de perfume, juro!) e o sanduíche de salmão defumado – tudo muito diferente e gostoso.

  • Descobri a Barillari, loja multimarca de roupa brasileira que agora tem também a J01 (sou fã!).

Foi isso!! Muito feliz de poder compartilhar com vocês aqui na The Setters! Espero que gostem 🥰

Eu levo meus looks muito a sério, principalmente quando se trata de um evento importante.

Minha amiga casou esse final de semana, mas eu já estava pensando no vestido meses antes. Queria algo diferente, com aquela cara de vintage. E aí encontrei um perfeito no Enjoei — juro, ele era a minha cara, todo bordado… Mas a vendedora cancelou a compra, e eu fiquei super chateada.

Claro que não desisti. Continuei na busca por algo parecido e, nesse processo, acabei desenvolvendo uma habilidade que eu não tinha antes: garimpar vestidos vintage e únicos.

Existem alguns brechós online que fazem uma curadoria incrível de peças antigas e ainda renovam os vestidos com bordados. É literalmente um mais lindo que o outro, e o melhor: são únicos! Ninguém no mundo vai ter um igual ao seu.

Então, resolvi compartilhar aqui os meus favoritos até agora e mostrar o que eu comprei. Enjoy! ✨

1- Storm (comprei o meu aqui, tem um mais lindo que o outro)

2- Hock (lindos e super diferentes)

3- Use Vintage (lindissimos, eu amo esse azul)

My fashion diary!

PFW está acontecendo, e como eu amo analisar cada detalhe dos desfiles, trouxe os meus 3 favoritos até o momento. Um highlight super especial pro debut do Jonathan Anderson na Dior, eu achei demais a coleção. Deu um belo refresh. Amei.

Watch parties are on!

Já sabemos que as festas tradicionais estão cada vez menos requisitadas, principalmente entre os jovens.

Várias alternativas de socialização já surgiram: de brunches com DJs a corridas com música e caixa de som. Agora, é a vez das watch parties. Tudo começou no TikTok e ganhou muita força com The Summer I Turned Pretty (quem não sentiu FOMO vendo bares e parques lotados para assistir à série?).

É uma nova forma de socializar e conhecer pessoas com os mesmos gostos que você. Aquilo que antes você veria sozinha no sofá, agora vira um momento coletivo.

Achei genial a ideia que fizeram em Paris. Afinal, quase ninguém que viaja para lá nessa época tem acesso aos desfiles mais exclusivos, então essa é uma forma de reunir quem está na cidade de um jeito diferente e divertido.

Criei esse quadro para responder perguntas de vocês, direto ao ponto. As vezes a sua dúvida é a mesma de outra pessoa! :)

Oie! Acredito muito que a construção do nosso estilo pessoal venha com a nossa experiência com roupas. Você nunca vai saber o que gosta se não testar coisas que saiam da sua zona de conforto.

Você falou que até agora só usava o que sua mãe comprava, então você ainda não desenvolveu esse lado de criar e principalmente de escolher a roupa certa.

O que eu acho que você pode começar a fazer:

1- Buscar referências e treinar seu olhar

Cria um Instagram a parte do seu, e começa a seguir todas pessoas que você gosta do estilo. Não to falando de conteúdo e sim de estilo. Salva tudo o que gostar em uma pasta. Faz o mesmo no Pinterest. Isso vai te dar um norte muito bom.

2- Hunting

Entre em lojas, principalmente lojas que você não está acostumada a frequentar. Começa a perceber o que chama sua atenção e quais pontos em comum tem as peças.

3- Experimentar com o que já tem

Pega suas peças no armário e tenta criar looks completamente diferentes com elas. No começo você pode se sentir um pouco estranha, mas juro que vai passar e você vai começar a gostar de tentar cada vez mais.

Acho que a moda reflete muito quem somos, e tudo é experiência. Comece pelo básico, coloque um acessório diferente, uma bolsa mais chamativa. Vai testando.

Sobre a parte do trabalho, não acho que só porque você trabalha no mundo corporativo hard core (aka mercado financeiro) você tem que se vestir de forma sóbria. Existe um dress code, mas é super possível adicionar um toque de cor e estilo nos looks.

Deixo aqui um vídeo da Nath Boucinhas (que trabalha com advocacia) mostrando looks pro escritório zero básicos e chatos! ❤️ 

Se você tem alguma dúvida ou quer algum guide especifico, manda aqui de forma anônima e quem sabe eu respondo na próxima edição 🙂 

🏠 O desfile que eu to mais ansiosa. Já amei o convite!

🩷 Tenho hiperfoco em convites de desfiles, e esses sao os da temporada (até agora)

📷 Pra quem quiser acompanhar o Fashion Week bem no backstage, indico seguir essa modelo

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Oie! Eu sou a Pri Cao, e eu escrevo, edito e faço a curadoria de cada conteúdo que você encontra por aqui! Sempre fui apaixonada por moda e por toda liberdade criativa que ela nos proporciona. A ideia da The Setters é trazer conteúdos autênticos, com dados e estudos, mas também com a minha visão de mundo.

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