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por que o batom vermelho fica mais popular em períodos de crise?
como a moda se transforma em períodos conturbados e de guerra.

Hey!
A pandemia foi um período em que eu estudei muito sobre moda, ficar em casa sem poder ver amigos e família foi díficil e lembro que me aprofundei muito nas mudanças que estavam acontecendo. Estava há um tempo querendo escrever sobre a moda em momentos de crise e guerra.
Também contei do evento da nk x Lacoste, a Anna falou da sua trajetória como PR da Nike & more (:
Espero que gostem
Have a nice reading!

O DIY surgiu muito antes do Pinterest
Acredite ou não, mas antes da internet surgir nossos avós já customizavam roupas — e nem podiam pegar referências no Pinterest (i’m sorry for them). Essa necessidade de criatividade e de se reinventar na moda é algo natural do ser humano, mas se intensifica ainda mais em períodos de crise ou guerra. É muito marcante — e nítido — como a moda muda sempre que a sociedade, como um todo, passa por momentos difíceis.
Seja na Primeira Guerra Mundial ou na pandemia da COVID-19, o comportamento em relação à moda segue um padrão: valorização do que antes era ordinário, necessidade de se reinventar, exercício máximo da criatividade e adaptações que tornem nossas roupas mais funcionais.
A grande crise inicial no mundo foi a Primeira Guerra, em 1914. Nesse período difícil, com os homens indo para o front, as mulheres passaram a ocupar seus lugares no mercado de trabalho: atuaram na construção civil, em fábricas e indústrias militares, foram condutoras de bonde, motoristas de ônibus e até gerentes de empresas — algo impensável na época.
Antes disso, as roupas eram grandes marcadores de status social. Mulheres com maior poder econômico e social, trocavam de roupa até cinco vezes por dia, sempre com tecidos diferentes, muitos bordados e detalhes. Mas com a indústria têxtil voltada para a guerra, a praticidade virou necessidade, e a diferenciação social na moda perdeu força.

Um look feminino popular nesse contexto de guerra, virou uma saia ampla — que permitia liberdade de movimento (as calças femininas ainda não eram comuns) — e um casaco com bolsos aplicados e gola alta. Também surgiram vestidos com tecidos mais práticos e em tons escuros, como preto, cinza, marrom ou azul.
A detail worth noting: Obviamente, não havia mais espaço para espartilhos apertados que dificultavam a movimentação. Essa recusa, inclusive, liberou cerca de 28 mil toneladas de aço durante a guerra — o suficiente para construir dois navios do zero.
Outro marco do período foi a popularização do zíper na parte da frente das roupas, facilitando o vestir e desvestir sozinha (pode parecer pequeno, mas é um símbolo de independência)
O pós-guerra também foi marcado por dificuldades econômicas e escassez de materiais. Foi aí que surgiu o uso cotidiano da estampa militar — aquela trend que vai e volta (inclusive, long time no see, talvez já, já volta!). Com poucas roupas disponíveis, o reaproveitamento de estoques militares se tornou uma solução prática para as pessoas.
Já na Segunda Guerra Mundial, o racionamento afetou muito a moda. Corantes verde e marrom foram reservados para uniformes militares, proibidos nas outras roupas.
“As mulheres de Paris não vão abandonar a moda durante a guerra!” foi a manchete de um jornal na época — e elas realmente não abandonaram. O DIY virou tendência real: roupas feitas com cortinas, celofane, e até costuras de meia-calça desenhadas à mão nas pernas, porque não havia mais para comprar.
Foi nesse momento que Ferragamo lançou a primeira anabela do mundo, com salto de cortiça — um material acessível. E Jeanne Lanvin desenhou bolsas estilosas para carregar máscaras de gás (eram usadas como medida preventiva contra ataques com armas químicas). E o chamado siren suit (um macacão utilitário) virou uma peça muito comum entre as mulheres, que pegavam a roupa do armário dos maridos.
Foi nesse período também que Christian Dior revolucionou o cenário da moda, trazendo o “New Look”. Esse era um estilo de roupas que traziam de volta o hiper feminino, com cintura marcada, saias longas e muita valorização da silhueta. Essa tendência foi uma forma de usar a moda como escapismo.
Em tempos de crise, é natural que a gente busque segurança e conforto. Durante a Segunda Guerra houve o aumento significativo nas vendas de batons vermelhos — um luxo acessível, que torna o look interessante sem precisar fazer um grande investimento.

O pós-guerra trouxe o trench coat, os óculos aviadores e outras peças inspiradas diretamente nos uniformes militares, agora adaptadas ao dia a dia.
Mais recentemente, vivemos nossa própria crise mundial: a pandemia. E os reflexos na moda trouxeram exatamente o que nossos avós e bisavós já haviam vivido: o conforto virou um must. Passamos a procurar roupas bonitas para ficar em casa, o loungewear virou uma categoria muito relevante e o DIY voltou forte. Inclusive, o tie-dye virou trend no TikTok — eu mesma fiz várias peças (horríveis por sinal).
No pós-pandemia, o maximalismo ressurgiu. Queríamos usar tudo o que ficou guardado no armário: plumas, paetês, saltos plataforma. Mas, passada a euforia, voltamos à consciência: o consumo mais consciente, peças versáteis e duradouras. O famoso “menos é mais” ganhou mais significado.
A moda sempre foi reflexo do seu tempo — e em tempos de crise, ela não desaparece, ela se reinventa e de uma forma ainda mais criativa (sem querer romantizar tempos ruins, apenas mostrando que o ser humano busca saídas em tempos difíceis). Cada tendência, tecido ou cor, carrega um pouco da história de quem precisou se adaptar para continuar.


Shop my cool finds 🙂
Body Lacoste (muuuito lindo, super versátil)
Bolsa Ares (linda e tenho cupom!! PRICAO)
Calça Zara (tem toque acetinado, achei diferente)
Jaqueta NV (ta em sale!)
Tênis Adidas (se eu não tivesse tanto sapato marrom eu compraria agora)

Fashion PR w/ Anna Romão
![]() | Tem gente que me chama de Anna, Carol ou Anna Romão, mas para os íntimos é Anninha! Sou Relações Públicas na Nike, viciada em música e meu hobby favorito é sair para comer, rs! Aliás, segue o @papeiegostei aí! |
É meio doido ver que eu trabalho com Relações Públicas há mais de 7 anos e eu só parei para pensar nisso agora, rs! Lembro que quando finalizei o ensino médio, eu não sabia o que cursar na faculdade. Sempre fui ligada a moda, música, fotografia, séries (afinal, eu sou da época do Fotolog, Orkut e Tumblr, rs) e pensava que eu poderia seguir só dois caminhos profissionalmente: jornalismo ou publicidade.
Enquanto eu estava no 3º ano do ensino médio, já trabalhava produzindo conteúdo e ajudando no e-commerce de uma loja de sapatos de bairro, depois mudei para uma marca de acessórios de cabelo e fui até recepcionista de escola de inglês. Tive todo esse tempo para pensar no que eu queria fazer da minha vida e ter experiências ao longo do caminho foram essenciais para eu estar aqui hoje.

(eu sendo emo em alguma balada em 2012)
Eu me formei no ensino médio em 2011 e comecei a faculdade de Relações Públicas em 2016, então tive um bom tempo para explorar a vida por aí, rs!
Em 2017 eu tive a oportunidade de entrar em uma agência para ser estagiária de Monitoramento e Análise/Business Intelligence, atendendo C&A, Sebrae e Hypera Pharma. Como boa virginiana metódica, eu gostei do trabalho, mas sentia falta de conversar e me relacionar com pessoas. Foi aí que comecei a estagiar em Assessoria de Imprensa e Produção de Moda para a C&A, sendo promovida para Analista de Comunicação Júnior logo quando finalizei a faculdade.
Olha, a C&A foi uma escola, rs! Eu fiz de tudo nos 3 anos e 7 meses que fiquei por lá: press releases, sugestões de notas, press kits, eventos, ações com influenciadores e até ataquei de DJ em evento na loja, rs! Além de ter me apresentado pessoas incríveis que fazem parte da minha vida até hoje, essa experiência foi extremamente marcante e me ajudou muito na minha trajetória.

Em meio a pandemia, eu mudei de cargo, agência e cliente: fui atender uma gigante de artigos esportivos, a Nike. No início, achei que seria só cuidar dos assuntos relacionados a moda e mulheres, mas quando percebi, eu já estava torcendo para a Rayssa Leal nas Olimpíadas, para a Seleção Brasileira ganhar o hexa e comecei a praticar exercícios físicos diariamente. Já são 4 anos que mergulhei de cabeça no universo dessa marca e a cada dia que passa eu aprendo algo novo. Trabalhar com esporte nunca passou pela minha cabeça, mas hoje parece que o cruzamento ente moda e esporte nunca fez tanto sentido.

Quando a Pri me convidou para escrever para a The Setters, pensei: “Nossa, por que eu? Nem sou tão importante assim, nem tenho o que falar direito.” A famosa síndrome do impostor, rs. Durante a escrita, eu pude rever tudo o que vivi para chegar até aqui e que a minha trajetória é inspiradora da maneira dela.
Eu sempre vivi o presente, nunca fui de fazer planos e se me perguntaram em qualquer entrevista de emprego onde que eu me via em 5 ou 10 anos, eu menti. Mas o que importa, é que fazendo piada ruim e me relacionando com as pessoas de forma genuína, eu cheguei até aqui! E, ainda acho que tenho muito mais para descobrir!
Um beijo, @thesetters! <3

Essa semana teve evento de lançamento da pop up da Lacoste dentro da nk Iguatemi e, como ajudei na preparação, vim contar um pouco do backstage e do evento em si.
Quando fazemos um evento com alguma outra marca, todo trabalho é construído junto. Desde a escolha de como seria a pop up visualmente, até quais doces seriam servidos no menu, tudo foi discutido em diversas reuniões que fizemos com o time de marketing deles.
Eu fico responsável pela parte de social media e conteúdo de influenciadoras, então nesse evento a cobertura estava sendo feita por fotógrafos e videomakers que já tinham sido brifados sobre o que esperávamos para nossos conteúdos. Então, eu fiquei mais na parte de relacionamento com convidados e vídeos de Tiktok.
Todo evento é interessante ter algo com que as pessoas possam interagir, e nesse pensamos em uma máquina de pega-pega com diversos prêmios dentro. Foi muito legal e ficou com fila o tempo todo de tanta gente que queria brincar!
Como a coleção da Lacoste que está na pop-up é ligada ao mundo esportivo, principalmente o tênis, os docinhos foram personalizados do tema. Fala sério, essa bolinha de tênis ficou muito fofa!


Depois de moda, papelaria é minha maior obsessão. Eu amo tudo personalizado, e não troco nunca um papel e uma caneta por um bloco de notas online.
Recebi esse planner LINDO da Paper View, personalizado e cheio de páginas de auto conhecimento e metas (amo). Eu escolhi a capa e a frase!
Um dos recebidos mais caprichados que já recebi ❤️ Amei!


Já falei de alguma ativação da Loro Piana por aqui, e vim falar de novo porque eles estão simplesmente arrasando no offline!
A marca é um luxo bem exclusivo e faz pouco tempo que ela começou a aparecer mais, e está sabendo muito se colocar no lugar certo, do jeito certo.
Está acontecendo a semana de design de Milão e a marca fez uma bilheteria no estilo cinema: quem visita pode garantir os ingressos de La Prima Notte di Quiete, acompanhados de uma caixa de pipoca (a mais bonita que já vi). Alguns visitantes podem encontrar um bilhete premiado que garante acesso prioritário à experiência imersiva criada em parceria com a Dimoremilano.
So chic and cool.
Várias marcas de moda estão marcando presença na Milan Design Week, fiz até um post sobre as que mais gostei! Check it out (:

Criei esse quadro para responder perguntas de vocês, direto ao ponto. As vezes a sua dúvida é a mesma de outra pessoa! :)

Right on time! Essa semana fui escolher o vestido de um casamento em que vou ser madrinha e provei vários, então consigo mostrar um pouco das opções que tem na Koji Store. Eu gosto de vestido bem simples em questão de informação (sem tule, rendas, brilhantes…) e com um caimento bom, achei vários nesse estilo. Meus favoritos foram:

Se você tem alguma dúvida ou quer algum guide especifico, manda aqui de forma anônima e quem sabe eu respondo na próxima edição 🙂

🎨 Por que ninguém ta falando desse desfile da Hermès que teve várias atividades interativas? Eu amo a ideia da pintura
🦉 Are we all crazy or just me and Bieber? Eu amei esse chapeuzinho do Justin, hihi
🆕 Falando nele, o Justin Bieber vai lançar uma marca e parece que ta mais perto do que nunca. Achei a vibe bem diferente da Drew House (que atualmente ele odeia, risos)… Let’s see…..
Editor’s note
![]() | Oie! Eu sou a Pri Cao, e eu escrevo, edito e faço a curadoria de cada conteúdo que você encontra por aqui! Sempre fui apaixonada por moda e por toda liberdade criativa que ela nos proporciona. A ideia da The Setters é trazer conteúdos autênticos, com dados e estudos, mas também com a minha visão de mundo. Espero que você goste de ler essa newsletter tanto quanto eu gosto de escreve-la! ❤️ Vou deixar aqui o link das minhas redes sociais para quem quiser trocar (sempre estou aberta e amo muito) |
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