o refresh que a moda precisava

Chanel is cool again!

O mês mais importante da moda chegou ao fim e, com ele, encerramos mais uma temporada de Fashion Weeks — a mais marcante em muito tempo. Foram 15 estreias de diretores criativos, um número que deixa claro: a nova geração da moda está oficialmente formada.

Desde que comecei a acompanhar desfiles, criei uma regra pra mim (e que recomendo pra todos que gostam/trabalham no meio): take time to consume it. A primeira impressão é sempre pessoal, pautada pelo meu gosto, o que eu usaria, o que não usaria… mas a moda vai muito além disso. Não é justo julgar algo bom ou ruim apenas pelo meu olhar.

Vivemos na era do imediatismo. O desfile mal termina e o Instagram já está cheio de opiniões, críticas, amores e ódios. É quase impossível não se deixar influenciar. Mas moda pede tempo. Pede contexto. Pede leitura. Pede, principalmente, calma.
Por isso, gosto de revisitar cada coleção, ler o release, entender a história por trás.

E mesmo com esse olhar mais demorado, já se passaram quatro dias desde o desfile da Chanel e eu sigo apaixonada por cada detalhe.

Acabei de dizer que não devemos ser impulsivos na hora de julgar um desfile, mas não tem como negar os arrepios e a vontade de chorar (de alegria) que senti assistindo. Parece que a pergunta “existe Chanel depois de Karl?” finalmente foi respondida — e é um SIM em letras maiúsculas.

Matthieu Blazy fez sua estreia na marca, depois de cinco anos de Virginie Viard à frente da direção criativa. Por mais competente que ela fosse, a Chanel vinha atravessando uma certa monotonia, perdendo o brilho e a ousadia que sempre a tornaram referência. Karl, seu antecessor, era um gênio — talvez o maior contador de histórias que a moda já teve (falei sobre ele nessa edição aqui).

E não é sempre que um debut desperta tanto entusiasmo e comoção. Foi o melhor momento da marca em anos!

Não é sempre que um debut gera tanto entusiasmo, e devo dizer: foi o melhor momento que a marca teve em anos.

Matthieu transformou o Grand Palais no espaço. Cheio de planetas coloridos, ele literalmente anunciou o novo universo Chanel.

Essa nova órbita é calma, serena. Dá pra sentir isso no caminhar das modelos e na trilha sonora, que vai aumentando e ficando mais entusiasmada com o tempo. Não é uma coleção que grita “olhe pra mim”, e sim uma que sussurra “chegue mais perto.”
A maestria da maison aparece não na extravagância, mas na disciplina: cada corte, cada construção, cada tecido é impecável.

Matthieu captou o zeitgeist do momento. Vivemos tempos acelerados, imediatistas e desatentos, e ele nos lembra da importância da calma, da serenidade e da verdade no vestir. A moda precisa voltar a ser sobre o que é essencial: como as mulheres querem realmente se sentir, e não o que precisam performar.

A Chanel tem uma história que mudou a forma de se vestir. Coco libertou as mulheres, popularizou as calças, trouxe o tailoring… e Matthieu não quis tentar fazer igual, mas trazer sua perspectiva reinventada. Pegou referências, inclusive de Karl, e respondeu do seu jeito.

Fez uma coleção para quem quer vestir, não representar. Manteve os códigos da maison — o tweed, as camélias, o preto e branco, as pérolas, o bicolor — mas reinventados com leveza e modernidade. Trazendo o refresh que tanto estavamos ansiosos.

A coleção foi dividida em três capítulos:

1. Paradoxo — Roupas masculinas reinterpretadas para mulheres. Matthieu revisita a revolução que Coco iniciou, inclusive com uma colaboração com a Charvet, marca de camisas masculinas que ela mesma usava. Ele vai além da marca, explorando a mulher por trás dela, seus gostos e vivencias. Não só o que ela fazia, mas sim quem ela era.

2. Daywear — Peças clássicas com um novo olhar. O dia e a noite se misturam, refletindo a rotina da mulher moderna. Não há mais fronteiras entre o que se usa no escritório e o que se usa no jantar — tudo é versátil. O luxo aqui é prático.

3. Universal — O espaço da experimentação. Matthieu ousa dentro da medida, trazendo seu olhar e suas técnicas. Existe até um flert com o lado camp de Karl, com um brinco de passarinho preso numa pequena gaiola — discreto, mas simbólico.

A nova era da Chanel confirma o que já vínhamos observando: a nova era da moda é sobre autenticidade e calma. Não se trata de ser diferente a qualquer custo, mas de ser verdadeiro. De escolher o que vestir porque isso ressoa com quem você é, e de ter a calma de entender se realmente gosta, ou se apenas aprendeu a gostar porque os outros gostam. Quando somos fiéis a quem somos, brilhamos de formas únicas.

Obrigada, Matthieu — sua coleção foi um refresh no coração de quem ama moda. Very much needed!

Shop my cool finds 🙂

• Colete Zara: linda a cor e o trabalho bordado super delicado.

• Mala Rimowa: essa é a cor mais linda que já fizeram!!!

• Bolsa H&M: bem versátil, adorei

• Sapatilha Farm: o shape orgânico deixou muito mais interessante

• Vestido TIG: super diferente! amei

Don't buy this w/ Katie Robinson

(a convidada de hoje é uma das minhas youtubers gringas favoritas, então vou deixar a versão original dela e uma traduzida no final 🙂)

🇺🇸

1. DON’T buy a funnel neck coat - turn the coats you already own into a funnel neck instead Although I think a funnel neck coat is super cute and have been loving the styling inspo online, you don’t need to get THE tiktok trending coat from uniqlo or bella anna to get in on this silhouette. Instead, you can turn up the collar of a winter coat you already own and either safety pin it together, saw an extra button or leave it unsecured to still get the bundled up look :))

2. DON’T buy the instagram striped tee - go for striped accessories instead Stripes aren’t a trend, but bright long sleeve striped tee ARE trending all over tiktok right now and I’ll bet will be labelled a micro trend in a month or less. I think thrifting a striped scarf or bag or hat or something similar instead means you’ll get to be on trend without being too on trend, and have the option to style the accessory with more outfits than you would one tee!

3. DON’T buy the argyle knit - get it vintage instead i do think this jumper is cute BUT I think it would be a nightmare to wash and care for, not to mention everyone will be wearing the same one!! there’s SO many argyle pieces you can find vintage / secondhand instead that will actually be worth the pain of handwashing - and probably be better than a 33% poly jumper from a fast fashion brand

🇧🇷

1. NÃO compre um casaco de gola alta — transforme os que você já tem em um.
   Apesar de eu achar esse tipo de casaco super fofo (e estar amando as inspirações que vejo online), você não precisa comprar o casaco viral do TikTok da Uniqlo ou da Bella Anna para entrar nessa silhueta. Em vez disso, vire a gola de um casaco de inverno que você já tenha e prenda com um alfinete, costure um botão extra ou simplesmente deixe solto — ainda assim você vai conseguir o visual “todo aconchegado”.

2. NÃO compre a camiseta listrada do Instagram — aposte em acessórios listrados.
   Listras não são exatamente uma tendência, mas as camisetas de manga comprida com listras coloridas estão bombando no TikTok agora e, provavelmente, vão ser rotuladas como uma microtrend em menos de um mês. Prefira garimpar um cachecol, bolsa, chapéu ou outro acessório listrado — assim você entra na tendência, mas sem parecer “demais”, e ainda consegue combinar com muito mais looks do que uma camiseta só.

3. NÃO compre o tricô argyle — procure um vintage.
   Sim, o suéter é fofo, mas provavelmente seria um pesadelo pra lavar e cuidar — sem contar que todo mundo vai estar usando o mesmo! Existem tantas peças argyle incríveis no vintage e no second hand que realmente valem o esforço de lavar à mão — e com certeza serão melhores do que um tricô com 33% de poliéster de uma marca de fast fashion.

Com muita alegria, venho compartilhar com vocês a minha primeira collab com uma marca de acessórios! 

A Guya é uma marca que eu uso sempre e amo. Nossa relação começou há mais de um ano! Conheci a Thu, uma das donas, em um evento, e a ideia da collab surgiu em um brunch (lá em abril!). Ou seja: foram muitos meses sonhando, desenhando e cuidando de cada detalhe.

Quem me conhece sabe que eu amo personalizar tudo, principalmente meus acessórios. Acho que é o que deixa cada look mais único — e não tem nada mais eu do que charms!

A collab tem 6 charms, pensados pra você usar do seu jeito: no colar, na pulseira, na argola do brinco (vou mostrar várias formas de usar!).
Cada um tem um significado muito pessoal pra mim — e estou muito feliz de ver eles finalmente tomando vida.

O lançamento oficial é hoje as 10h mas vocês tem early acess nesse link aqui!

Espero que gostem

Com muito muito carinho,

Prica & Guya

• Favorite outfit: vestido branco nk store e sandália Schutz

• Meu iogurte bowl favorito do momento: iogurte, banana, blueberry, granola de chocolate Naked Nuts e proteína Selvs de chocolate

• Recebi esse energético novo em casa, Sede, e amei!!! O gosto é bem diferente dos outros que já tomei. Tem gosto de suco de maracujá

• Cool socks! Amo usar essas meias divertidas pra deixar o look mais interessante. Essa é da Renner

• Amando esse casaco da Hering x Francesca

Esse é o tipo de conteúdo de moda que eu amo consumir, mas que quase não encontro por aí.

Sinto que quando acontece um desfile, todo mundo comenta as mesmas coisas: os looks favoritos, os melhores momentos… e o feed fica lotado de posts parecidos. Eu gosto de me deparar com postagens sobre algo que passaria despercebido — como os sets.

Alguns são impossíveis de ignorar (como o da Chanel dessa temporada), mas a maioria acaba ficando em segundo plano, ofuscada pelo próprio desfile.

Eu adoro seguir essa página e deixo aqui a indicação. Eles sempre postam esses desenhos, um conteúdo riquíssimo pra quem ama moda e arquitetura!

Criei esse quadro para responder perguntas de vocês, direto ao ponto. As vezes a sua dúvida é a mesma de outra pessoa! :)

Oie!

Sempre falo sobre a importância de se expor e fazer networking, e pra mim, isso é uma das partes mais essenciais de quem trabalha (ou quer trabalhar) com moda.

Mas quando digo networking, não é sair falando com todo mundo e forçar conexões. É sobre estar nos lugares certos, ouvindo e aprendendo com as pessoas certas.

Um dos meus eventos favoritos é o Iguatemi Talks Fashion, que acontece esse mês (dias 21 e 22 de outubro) no JK Iguatemi, em São Paulo.

O evento reúne alguns dos maiores nomes da moda em palestras e workshops sobre tendências, inovação e os próximos passos do mercado. É super enriquecedor!

O line-up desse ano está incrível! Tem palestras sobre IA, styling de Sex and The City, cases de marcas como Ferragamo e Nike, discussões sobre o cenário atual da moda, e e muito mais. Inclusive um dos talks é com o renomado estilista Giambattista Valli!

Esse tipo de evento é o exemplo perfeito de como a gente cria conexões genuínas: aprendendo, trocando experiências e se mantendo por dentro do que realmente está acontecendo no mercado. É ótimo tanto pra quem quer entrar na área quanto pra quem já está nela e quer se aprofundar (eu, por exemplo, tô doida pra assistir as palestras sobre IA, que ainda é uma grande incógnita pra mim!).

Se você se interessou, ainda dá tempo de garantir seu ingresso nesse link :)
E tem 20% de desconto com o cupom THESETTERS_TALKS20.

Se você tem alguma dúvida ou quer algum guide especifico, manda aqui de forma anônima e quem sabe eu respondo na próxima edição 🙂 

👠 Essa coleção inspirada na Maria Antonieta ta a coisa mais linda do mundo

🎨 Descobri esse artista por acaso, e o trabalho dele é incrível. Essa poderia ser a nova sacola da Chanel.

🪞 Um dos sets mais legais da temporada (em dúvida se gosto mais desse ou da Chanel)

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Aqui tem o seu link para compartilhar a The Setters com quem você conhece e desbloquear prêmios. Cada pessoa que chegar por você, conta! e dá pra acompanhar tudo em tempo real nesse contador aqui embaixo:

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