- the setters ⚡
- Posts
- a criatividade ainda nos pertence?
a criatividade ainda nos pertence?
ChatGPT, o que você acha sobre isso? Escreva um texto falando sobre.

Hey!
A Inteligência Artificial deixou de ser algo distante — hoje ela é rotina, faz parte do ambiente. Está nas pequenas tarefas do dia a dia, mas também nas grandes criações. Já é até difícil lembrar como era nossa vida antes dela. Será que nosso cérebro funciona melhor agora, ou a gente só gastava tempo demais com coisas inúteis? Funcional ou não, a IA já dominou a moda. E isso, por si só, vale a reflexão.
Além disso, trouxe meus favoritos de novembro, comentei sobre a divulgação do filme Marty Supreme & more
Espero que gostem :)
Have a nice reading!
What is fashion without a soul?
Lembro da primeira vez em que eu assisti Black Mirror e tudo parecia tão distante e bizarro, que é muito esquisito ver que várias coisas já estão acontecendo de uma forma super natural no nosso dia a dia, sem que nos demos conta. Óculos que filmam, agentes pessoais virtuais, provadores de roupas sem sair de casa, entre outras coisas.
O conceito de Inteligência Artificial existe desde 1956 (sim, também achei essa informação chocante) e já era uma matéria acadêmica na Dartmouth College, nos Estados Unidos. A teoria continua a mesma: sistemas de computador serem capazes de cumprir tarefas que precisam da inteligência humana. Ou, resumindo: a capacidade de uma máquina imitar o nosso cérebro.
A Inteligência Artificial, como conhecemos hoje, é algo muito novo e que avançou de uma maneira exponencial, assustando muitos e deslumbrando vários.
Na moda, não poderia ser diferente. A IA adentrou todas (todas mesmo) as camadas que existem no processo fashion. Desde controle de estoque, pesquisa de tendências, até direção de arte e criação de imagens artificiais.
De acordo com a McKinsey (uma das maiores e mais influentes consultorias estratégicas do mundo), a IA pode fazer as empresas ganharem 275 bilhões de dólares a mais de lucro ao longo dos próximos cinco anos, com soluções de previsão de vendas e melhoria de estoque, trend prediction, possibilidade de ver a roupa em você em provadores virtuais e outros atributos que ajudam a vender mais.
De fato, a Inteligência Artificial está cada vez mais presente, facilitando muitas operações que antes demoravam muito e demandavam muita mão de obra. Hoje, podemos focar em outras coisas enquanto a IA resolve pequenas demandas operacionais.
O maior problema está quando substituímos a alma da moda pela inteligência artificial.
A moda é arte, criatividade, vivências, experiências… Quando colocamos uma máquina para criar por nós, perdemos toda a essência do porquê aquilo existe. A história da moda é profunda: ela reflete exatamente os momentos da sociedade, revela os anseios e sonhos das gerações — e perder essa sensibilidade seria devastador.
Além disso, muitos estudos apontam que, no futuro, os sites e propagandas serão direcionados e criados com base na inteligência artificial. Não vamos mais querer nem pesquisar o que comprar por conta própria; vamos desejar uma curadoria feita por uma IA treinada por nós. Vamos querer informação qualificada.
Isso pode parecer atrativo para quem não gosta de fazer pesquisas de compra ou frequentar shoppings, mas pode ser um agravante no consumo desenfreado e na aceleração de tendências.
Se o nosso algoritmo já consegue nos influenciar a consumir cada vez mais e a acelerar o tempo de vida de uma roupa em alta, imagine o que uma inteligência que conhece profundamente seus gostos poderia ser capaz de fazer — e o quanto isso poderia nos influenciar e moldar nosso pensamento a desejar coisas que não condizem com quem somos.
A lista é extensa e exaustiva. Existem muitas vertentes perigosas no avanço dessa tecnologia. Vivemos uma nova era nas redes sociais com o Snapchat e os Stories, que mostram o dia todo, e com as influenciadoras que trouxeram um novo olhar para o consumo dentro da internet. E estamos prestes a viver outra era de consumo online, porém desta vez com mais dados, mais informação e tudo ainda mais personalizado.
Entre todas as camadas em que a IA entrou, existe algo em comum: ela facilita (na maioria das vezes) a nossa vida, deixando com que a gente tenha mais tempo para o resto das coisas. Mas será que esse tempo extra é necessário? Estamos muito acelerados, a moda nunca esteve tão rápida e nunca produzimos tanto lixo.
A gente não pensa mais: o ChatGPT resolve tudo. Ele escreve um artigo, te dá ideias geniais de marketing, pode te ajudar a escolher a roupa para seu date ou até criar uma pessoa irreal para usar a roupa da sua marca.
Mas por que eu iria querer ler algo que a pessoa não se deu o trabalho de escrever? Que marketing é esse que não tem mais pesquisa e conexão com os consumidores? E a roupa que ele escolheu por você — ela realmente te traduz? A beleza da modelo de IA não vai deixar nossos padrões ainda mais irreais?
São tantas questões… e confesso que esse texto me deixou muito reflexiva sobre onde vamos parar. Meu foco aqui era falar sobre criatividade e IA, mas ela adentrou todos os campos, e não consigo não comentar sobre tudo o que envolve isso. Não me entendam mal: eu sou a favor do uso de IA em tarefas operacionais, que realmente facilitem processos — inclusive, muitas marcas estão produzindo menos lixo por acertarem mais na produção a partir do cruzamento de dados de compra. Mas o tema é muito mais profundo.
O ser humano foi o único ser abençoado com a divindade que é a nossa criatividade. Somos feitos para criar, fazer coisas, pensar, refletir. Temos sentimentos, histórias, gostos pessoais. Acho tão curioso entrar em uma loja e ver diversas pessoas — cada uma olhando para algo diferente. Somos únicos, e isso transborda no nosso estilo.
Quando tiramos a criatividade de uma campanha e pedimos para a IA criar a imagem, ou, em vez de contratar uma modelo, fazemos uma pessoa irreal, ou até mesmo pedimos para ela escolher a nossa roupa, estamos tirando a alma da coisa. Deixamos de lado o calor humano e a conexão. Em vez de perguntar para uma menina estilosa de onde é a roupa dela, tiramos uma foto e perguntamos para nossa IA. É triste, solitário, vazio e sem alma.
A internet mudou nosso cérebro e a forma como pensamos. Hoje vivemos de uma maneira que, há vinte anos, parecia irreal — mas somos seres completamente adaptáveis. Vamos nos adaptar à IA no nosso cotidiano, sem se dar conta do impacto real.
Vamos enfrentar diversos desafios com isso, principalmente por causa da velocidade com que essas mudanças estão acontecendo. Cabe a nós decidir usar o nosso cérebro em vez de sempre correr para perguntar ao ChatGPT. A gente sabe fazer tudo sem ele — de verdade — só precisamos julgar o que vale a pena e o que pode atrofiar nosso pensar.
Como tudo na vida, existem prós e contras. Algumas marcas conseguem olhar para essas mudanças e usar a tecnologia para um bem maior, como a H&M, que utiliza IA para melhorar o planejamento e a previsão de demanda, com o objetivo de produzir “o certo, na hora certa, na quantidade certa”, reduzindo o excesso de estoque e desperdício.
Por outro lado, vemos movimentos que caminham no sentido oposto dessa sensibilidade: a Vogue US, a maior revista de moda do mundo, usou uma modelo criada por inteligência artificial em uma página da revista (juro que isso foi devastador para mim).
E também existem marcas que seguem completamente na contramão das grandes tendências tecnológicas — sempre à frente desses ciclos de saturação que surgem depois de toda trend gigante. Um exemplo é a Hermès, que este ano contratou mais de 70 artistas para suas campanhas, valorizando a arte e o trabalho manual.
No fim, a alma da moda sempre serão as pessoas. E uma máquina nunca vai ter olhar, senso estético, paixão ou emoção. Valorizem isso — é a coisa mais bonita e sensível que temos.
Shop my cool finds 🙂
Colete Zara: tenho hiperfoco em coletes e esse é meu favorito do momento. Super lindo e delicado
Vestido FARM: todo em laise, super lindo e perfeito pro fim de ano/verão
Rasteira Schutz: super versátil e linda
Bolsa Nannacay: arte em formato de bolsa. Linda e super diferente
Óleo L’occitane: o maioral. quem não tem obsessão por esse óleo de banho é porque nunca usou
Use a regata w/ Malu Costa (aka Callita)
![]() | Oiii, eu sou a Malu, tem gente que me chama de Callita. Parece que, nos meus 20 e poucos anos, isso passou a ser parte de mim. Então, me descrevo assim: Sou a Malu, curiosa por tudo que ainda posso ser. (Aparentemente sou reflexiva também). |
Nessa de ainda não saber ao certo o que sou, às vezes me pego me sentindo com 13 anos. Ontem me vi querendo colocar uma regata por baixo da minha camiseta, com a camiseta amarrada por uma liguinha. Pensei melhor... decidi que o dia da regata ainda ia chegar.
Hoje, escrevendo esse texto, me arrependo de não ter usado a regata. E não por achar que ficaria legal, mas por achar tão legal ter a liberdade de querer e ser.
Em muitos sentidos eu queria ter 13 anos, talvez para me descrever além do meu trabalho, ou para viver a ansiedade da chegada do final de semana, a necessidade por ter tantas tendências. Os body splashes da Victoria’s Secret, o Vans Old Skool e a mochila da JanSport.
Mas tem coisas que eu não queria reviver dos meus 13 anos; a falta de coragem de usar essa regata é uma delas.
Nunca me esqueço da minha mãe sempre confundindo os nomes das minhas amigas. Eu não entendia por quê. Ela respondia rápido: “Filha, elas são todas iguais, adolescente é tudo igual.” Elas todas vestidas por tendências.
A verdade é que o que muitas vezes chamamos de tendência, na verdade, é só um sinal de insegurança acompanhado pela necessidade de pertencer. Assim, cientificamente, se explica o que acontece na escolha de vestir ou não de uma adolescente, que às vezes tem lá os seus 20 e tantos anos.
Tudo por, segundo a psicóloga Sarah-Jayne Blakemore, causa da necessidade de referência social. A psicologia chama isso de hipersensibilidade ao pertencimento. O cérebro adolescente reage mais forte a sinais de inclusão e exclusão. E as meninas passam a vestir para “ser”. A necessidade de se encaixar é muito grande.
Mas, quando se força isso, você mais se afasta do que se aproxima do que acreditava querer ser.
Mas as adolescentes de hoje, diferente da época em que nós fomos adolescentes, não têm a mesma raiz de uma tendência que a gente. Nós tínhamos:
– programas de TV
– revistas
– ídolos
É para isso que hoje, nos nossos 20 anos, deveríamos recorrer. As nossas personalidades foram criadas por pessoas que chamavam atenção por serem diferentes; as das adolescentes de hoje em dia vêm pela tela do TikTok.
Quão mais legal é ter um ídolo pra chamar de seu e um universo de motivos pra gostar dele?
Que a gente saia dessa news à procura de alguém para admirar e com coragem de, sempre que quiser, a regata usar.
Eu me preocupo muito com tudo que posso ser, e mais ainda com tudo que outras pessoas podem ser. Por isso termino essa reflexão me descrevendo pelo meu trabalho, que hoje é o de ter um impacto positivo na vida de adolescentes. De dar a eles o que a Capricho nos deu, e o que a The Setters nos dá: um lugar de conforto e de referência para ser tudo que podemos ser.
Hoje sou uma das responsáveis por um canal no YouTube @poltronalaranja para adolescentes e pela primeira marca brasileira de cuidados corporais @bewo.co. Que nascem com o intuito de mostrar que os 13 anos têm que ser os melhores da sua vida, e não uma eterna procura de tentar pertencer.
Por isso, com 13 ou 20, use a regata. A sua versão do futuro vai agradecer.

Skelt: minha autoestima aumenta aproximadamente 50% quanto estou bronzeada. ainda bem que existe skelt! usei esse mês e relembrei o quanto amo
Supercoffee lajotinha: achei que não tinha como criarem um melhor do que o de lingua de gato, mas conseguiram. Acho que minha vontade de treinar vem quase toda do fato de tomar supercoffee antes.
Bruma: essa marca foi um achado. pijamas fofos e confortáveis, além de super diferentes.
Protetor stick isdin: to amando usar ele pra reaplicar no dia a dia. muito fácil e prático.
Guya: não tiro meu colar do pescoço. troco de charms quase todos os dias, amo muito ter varias opcões em 1 acessório
Tiramissu Bottega Bernaca: se você é de SP precisa muito comer essa sobremesa. salivei pensando nesse creme, sos.
Compras de Blackfriday: eu comprei 6 livros na Amazon (não li nenhum ainda): confissões, contos da era de jazz, o grande gatsby, jardim secreto, little women,)
Aera pilates: meu exercicio favorito. a aula mais legal
Frankstein: assistam!!!!!!!
Fujifilm: comprei a xm5 depois de pesquisar muito. achei ela complexa e ainda to aprendendo a mexer, mas ja amando.
Refy gel de sobrancelha: o melhor do mundo. se você quer deixar sua sobrancelha grudada na testa o dia inteiro, esse produto vai fazer tudo por voce, prometo.
Se você não viu ninguém na sua timeline usando esse casaco, você com certeza não é cronicamente online — e provavelmente tem um tempo de tela bem saudável, rs.
O novo filme Marty Supreme, estrelado por Timothée Chalamet, simplesmente virou do avesso tudo o que a gente conhecia sobre divulgação de filmes.
A estratégia foi genial: várias ativações meio malucas, todas dignas de atenção. Mas hoje quero falar de uma em especial — o merch.
O casaco com o nome do filme se tornou a peça mais cobiçada do verão. Todo mundo está usando, inclusive Hailey e Justin Bieber. A peça esgotou no mundo inteiro e já aparece nas revendas por valores acima de R$20.000.
Quando colocamos as pessoas certas usando um produto, fica praticamente impossível não torná-lo extremamente desejável. Nesse caso, o merch fez mais barulho do que o próprio filme — que ainda nem estreou.
Eu mesma só fui descobrir sobre o Marty Supreme depois de ver o casaco rodando por aí. E não o contrário.
Criei esse quadro para responder perguntas de vocês, direto ao ponto. As vezes a sua dúvida é a mesma de outra pessoa! :)

Oie! Acho que a época mais difícil de montar bons looks corporativos é o verão.
Nessa fase, é essencial ter peças-chave no guarda-roupa para conseguir se vestir de forma social sem derreter de calor.
Itens essenciais:
Regatas básicas (uma de cada cor neutra: preta, branca, bege e cinza)
Calças leves de alfaiataria
Camisas de linho
Calça de linho
Saias midi ou longas
Blazer (como a maioria dos escritórios tem ar-condicionado, um blazer sempre vai bem)
No pé sandálias abertas ou sapatilhas são perfeitas para combinar!
Se você tem alguma dúvida ou quer algum guide especifico, manda aqui de forma anônima e quem sabe eu respondo na próxima edição 🙂
🆒 Sou muito fã do Matthiew e não escondo! Achei o desfile lindo, a divulgação foi tão cool. Amei isso aqui.
💫 More is more! Celine is here to prove it
🧠 Uma reflexão final sobre a arte de criar e o processo! Não usem AI para substituir sua criatividade (ela é única)
Referral Program
No gatekeeping here! Share your link

Aqui tem o seu link para compartilhar a The Setters com quem você conhece e desbloquear prêmios. Cada pessoa que chegar por você, conta! e dá pra acompanhar tudo em tempo real nesse contador aqui embaixo:
Editor’s note
![]() | Oie! Eu sou a Pri Cao, e eu escrevo, edito e faço a curadoria de cada conteúdo que você encontra por aqui! Sempre fui apaixonada por moda e por toda liberdade criativa que ela nos proporciona. A ideia da The Setters é trazer conteúdos autênticos, com dados e estudos, mas também com a minha visão de mundo. Espero que você goste de ler essa newsletter tanto quanto eu gosto de escreve-la! ❤️ Vou deixar aqui o link das minhas redes sociais para quem quiser trocar (sempre estou aberta e amo muito) |
Tell me what’s on your mind!
O que achou dessa edição?
love it | boa | ok | could be better…


