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mais de 100 mil reais em um fone de ouvido?
sounds like a Chanel thing
Hey!
Confesso que falar sobre sustentabilidade x fast fashion foi muito mais difícil do que eu imaginei que seria, pra mim sempre teve um lado “correto” muito óbvio. Mas percebi que só é fácil levantar a bandeira se não pensarmos no cenário macro. Não queria ser hipócrita de julgar alguma fast fashion quando eu consumo outras várias… Rendeu uma boa reflexão, espero que te faça refletir também.
Além disso, tem o fone de 117 mil reais, a Bia Darruiz compartilhando sua transição de carreira e meu top 3 looks da semana usando a nova coleção da Crocs.
Have a nice reading!
A geração que mais levanta bandeiras sociais e sustentáveis, também é a que mais consome Shein.
Será que somos todos hipócritas e vendemos uma imagem na internet que não condiz com nossos reais desejos e valores?
It’s deeper than that! Vamos começar do começo…
Se você nasceu depois de 1995, muito provavelmente, cresceu com questões ambientais e sociais urgentes. E isso foi ficando cada vez mais forte, principalmente com o acesso a informação de maneira rápida.
De acordo com uma pesquisa da Deloitte de 2023, 75% da Gen Z considera as questões ambientais como uma prioridade importante. Eles estão cada vez mais preocupados com mudanças climáticas e o impacto ambiental das empresas.
Peças e materiais que são usados há centenas de anos, como o couro, começaram a ser questionados e repensados. E a demanda por alternativas mais sustentáveis e éticas cresce cada vez mais.
Como por exemplo, o 🍄 mushroom leather 🍄, couro feito de cogumelo, que ganhou destaque em 2021 quando a marca Stella McCartney usou em suas criações. Porém o material ainda apresenta alguns desafios em termos de custo e durabilidade em comparação com o couro tradicional.
Além disso, o mushroom leather tende a ser ainda mais caro que o couro tradicional. (que convenhamos, já é bem 💸 ).
Unir moda e sustentabilidade é um desafio, e ao mesmo tempo em que muitas marcas caminham para esse lado e se preocupam com uma produção cada vez mais consciente, o fast fashion e marcas como Shein, não param de crescer.
Embora a Shein não divulgue números específicos de faturamento para o Brasil, relatórios de mercado sugerem um crescimento contínuo. Em 2022, a Shein registrou um faturamento global superior a US$ 30 bilhões, com uma parte significativa desse crescimento proveniente da expansão em mercados emergentes como o Brasil.
Mas não precisamos de números exatos para saber que a Shein tem uma força gigantesca no país. Basta lembrar da pop-up que abriu aqui, com filas imensas que dobravam quarteirões.
E um ponto curioso é que um estudo da McKinsey & Company de 2023 revelou que 67% dos consumidores da Gen Z são dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis.
Mas será que estão MESMO? 🤔
Vamos a realidade do mundo da moda, até porque existe um mundo ideal e existe o mundo real…
Hoje em dia, as microtrends são de deixar qualquer pessoa confusa com seu estilo pessoal. Em um dia animal print está em alta, e no outro alguém te convence que ter apenas peças básicas resolve todos seus problemas.
O tempo todo, somos bombardeados com informações de moda, toda hora alguém cria uma trend nova ou resgata um item do passado e faz você se arrepender de ter doado aquele cardigan no ano de 2015. E o pior: te convencem a comprar um novo, usar 2x e doar novamente! 🤯
Por isso o autoconhecimento na moda é um dos fatores mais importantes para você não sair comprando qualquer trend que surge.
💰 Falando agora sobre economia, o fato do Brasil ser um país subdesenvolvido, com muitas questões de desigualdade, faz com que muitas pessoas recorram ao fast fashion devido ao baixo valor e ampla variedade.
Porém, muitas vezes não pensamos que se analisarmos o valor x durabilidade, acaba compensando mais investir em uma peça mais cara porém com materiais e tecidos melhores.
De fato, construir uma marca sustentável, com processos éticos e produção slow, encarece o produto, e infelizmente, isso dificulta ou até impossibilita o acesso para muitas pessoas.
É muita fácil criticar práticas de moda sem considerar o contexto, a realidade é que essas questões são muito mais complexas.
Sustentabilidade na moda envolve não apenas escolhas conscientes sobre materiais e processos, mas também uma análise das questões econômicas e comportamentais que influenciam o consumo.
É preciso entender que a conscientização e boas práticas é um caminho contínuo na moda, e as soluções devem sempre levar em conta a diversidade das realidades econômicas e sociais.
Shop my cool finds 🙂
Moletom Bia (muito estiloso e quentinho)
Bolsa Arraia (feita de material proveniente de um cacto)
Camiseta Herz (amei)
Salto Zara (to obcecada)
Vestido TIG (chic!!!)
Como eu saí do meu trabalho CLT para me tornar uma micro criadora de conteúdo w/ Bia Darruiz
Oie, aqui é a Bianca. Ou para os íntimos: Bibs ou bestie. Tenho 25 anos e sou full time content creator, mas nem sempre foi assim… Sou formada em Negócios da Moda e já trabalhei como Fashion Buyer em várias marcas legais! Comecei compartilhando o meu dia a dia, looks, beleza e muitos papos nas redes sociais… Até que virou o meu trabalho <3 e você pode me encontrar por lá como @biadarruiz |
Antes de você me achar maluca por ter me demitido de um trabalho CLT com estabilidade financeira, plano de carreira e the whole deal. Quero te contar como tudo começou :)
O ano era 2007, e eu no auge dos meus 8 anos estava deslumbrada com uma nova série que tinha acabado de lançar na Nickelodeon: iCarly. A ideia de falar sobre assuntos variados, testar coisas novas e ter tudo isso filmado para outras pessoas assistirem e interagirem diretamente de seus computadores e telefones de pêra, me parecia a opção mais legal de carreira que alguém poderia ter. Esse era o sonho. Mas eu tinha 8 anos e para todos que estavam à minha volta, era uma grande loucura. Sim, o início dos anos 2000.
Os anos foram se passando e iCarly foi substituída por pessoas do mundo real com canais no Youtube, vídeos no Vine, textos em blogs, fotos no Instagram e todas as outras milhares de redes sociais que conhecemos um dia e que ainda temos.
E apesar de ter crescido com tudo isso ao meu redor, a carreira na internet nunca me pareceu uma possibilidade. Porque, por algum motivo, eu acreditava que trabalho era sinônimo de ser corporate, ir todos os dias ao escritório e possuir uma bagagem e repertório de coisas que não necessariamente amava, mas que davam dinheiro (será que posso culpar as comédias românticas que mostravam todo mundo se descabelando nos escritórios?).
Segui a trajetória que é esperada: terminei a escola, fiz cursinho, passei na faculdade, comecei a estagiar, me formei e fui efetivada, depois recebi promoção e mudei de trabalho algumas vezes. Por mais que pela perspectiva de quem estava de fora eu fosse um grande sucesso, eu na verdade me sentia um grande fracasso. Trabalhando com moda, em empresas muito legais e um quê de glamour, mas ainda assim, um grande fracasso (sorry, pesei o clima, né?).
Fracasso porque por mais que eu tentasse, eu não conseguia tirar nenhum prazer de tudo aquilo que eu havia construído. Até que comecei a revisitar os meus próprios hobbies: artes, cinema, leitura e comunicação.
O ano era 2020, e bom, você provavelmente sabe o que aconteceu aqui né?
Estávamos vivendo o auge da pandemia, tudo fechado, inclusive os escritórios. Então, fui obrigada a ter que conviver com os meus próprios pensamentos e descontentamento. E foi aí, que a parte de revisitar os meus hobbies foi tão importante. A comunicação, o iCarly, os canais no Youtube…
O que eu podia fazer com tudo isso? Sim, me tornei mais um clichê, a pessoa que começou a produzir vídeos dentro de casa, na nova plataforma do momento, o TikTok.
Em que, segundo o Canaltech, só nesse período teve aproximadamente 2 bilhões de downloads e consequentemente se tornou o app mais baixado do período, sendo o Brasil o terceiro país com maior audiência (good for us, I guess).
A partir disso, comecei a viver uma vida dupla. A criação de conteúdo para as redes sociais como um hobbie e meu trabalho CLT como carreira.
No começo foi divertido e me senti em alguns momentos como a pessoa mais produtiva do mundo. Mas nunca foi uma carreira, né?! Só um passatempo para esse momento terrível em que estávamos passando. Os primeiros trabalhos com a internet começaram a surgir. Tudo por permuta, claro. Mas não deixavam de ter o seu encanto. As marcas querem me enviar produtos, roupas e me dar experiências em troca de um vídeo na internet? Que loucura! Até que um dia recebi um email com o título "orçamento" e entendi que meu hobbie também poderia ser pago, ou seja, um trabalho.
O cenário pandêmico foi melhorando e começamos a vivenciar a volta da rotina "normal", o que me levaria novamente para o dia a dia de escritório, significando: muito tempo em reuniões, e-mails, contratos e negociações e pouquíssimo tempo para a criação de conteúdo.
Mas ainda assim, segui firme e forte na minha vida dupla a la Hannah Montana, dando conta de tudo. Os trabalhos começaram a surgir de forma mais constante e a criação de conteúdo foi se tornando uma segunda fonte de renda. E então pratinhos começaram a cair, assim como Miley e Hannah tiveram que se tornar a mesma pessoa. Aqui me encontrei em um momento decisivo de vida, precisava entender qual caminho seguir: carreira corporativa vs carreira na internet.
É verdade que seguir com uma carreira no mundo corporativo tenha algumas seguranças impossíveis de serem garantidas como uma profissional liberal criativa. Mas foi aí que entendi que do outro lado também existiam coisas impossíveis de serem garantidas dentro de uma carreira corporativa, como: liberdade criativa e flexibilidade, que são muito importantes para mim. Então, decidi injetar toda a bagagem e conhecimento que tinha conquistado no mercado de trabalho até então, para o digital, aka meu perfil no TikTok. E foi assim, que com menos de 10k seguidores no Instagram e aproximadamente 48k seguidores no TikTok, hoje posso dizer que "criar conteúdo" é a minha profissão.
Eu sei que é um pouco absurdo chamarmos um criador de conteúdo com uma audiência de mais ou menos 50k pessoas "micro". Já que isso representaria uma superlotação no estádio do Morumbi.
Mas quando comparado a uma parcela de influencers com 1 ou 2 milhões de seguidores, consigo entender um pouco melhor essa perspectiva. No entanto, os números que no passado representavam a importância desses creators no mercado, hoje não funcionam mais assim.
Cada vez mais, as pessoas buscam por outras com quem se identifiquem. Seja pelo estilo, por onde moram, pela forma de se comunicar ou até mesmo pelos lugares que frequentam. Então, para fazer a transição de carreira do mundo corporativo para o digital, eu não precisava de muitos seguidores, mas sim de uma presença em um nicho específico, uma comunidade bem engajada e conteúdos de qualidade, trabalho que vinha sendo construído desde 2020, quando comecei a criar conteúdo sem o intuito da monetização, tudo de forma muito orgânica.
Segundo a Valor Investe, em média, os brasileiros gastam 3 horas e 42 minutos por dia nas redes sociais, o que faz com que sejamos o terceiro país que mais utiliza redes sociais do mundo - somente atrás de Filipinas e Colômbia. Ou seja, minha missão se tornou entregar um conteúdo personalizado para a minha audiência e que a agradasse dentro dessas quase 4 horas de uso de tela.
BINGO. Aqui eu entendi que trabalhar com a internet ia muito além de "apenas" produzir conteúdo. Foi necessário estudar o comportamento dos meus seguidores, o engajamento dos meus vídeos, o movimento do mercado, trends e a economia digital, para que a criação desse conteúdo fosse o mais personalizado possível.
Em paralelo, o objetivo também era atingir as marcas que buscam a minha audiência específica, lembra da história do nicho? Segundo a Forbes Tech, a Influency.me, empresa brasileira especializada em marketing de influência, levantou que 42% dos clientes buscam gerar visibilidade à marca, portanto procuram os considerados micro e meso influenciadores (que possuem entre 10 mil e 500 mil seguidores), pois eles geram mais identificação com o público e a empresa. Mas ainda assim, os objetivos podem ser traçados de maneiras distintas entre as empresas. Cerca de 39% das marcas pretendem trazer conversão (vendas, downloads e cliques) e 19% das marcas querem trazer com o marketing de influência o fortalecimento de seu branding (posicionamento).
So far so good. Utilizando os meus conhecimentos prévios do mundo corporativo, a profissionalização dos meus conteúdos e portfólio, somados com a bagagem que já criei até aqui no digital, tenho conseguido alcançar todos os meus objetivos nessa nova carreira.
Seja trabalhando com marcas muito legais que sempre admirei e que fazem parte do meu dia a dia, ou pela troca e conexão que estabeleci com a minha audiência.
Então, sabe aquele papo de me sentir uma grande fracassada? Passou.
E aqui fica a minha diquinha, se você tem flertado com uma transição de carreira, seja para o digital ou não, just do it! O máximo que pode acontecer é você ter que se reinventar no meio do processo. No final, acho que as comédias românticas estavam erradas e nem todo mundo precisa odiar o seu trabalho para ser bem sucedido!
Espero que você tenha gostado de ler um pouquinho sobre a minha saga, o tanto quanto eu gostei de escrevê-la! Byeeeeeeee <3
Essa semana escolhi 3 looks com propostas bem diferentes para os meus favoritos.
Todos com calçados da nova coleção Stomp da Crocs.
To bem obcecada pela Stomp Fisherman Sandal, principalmente com meia!
Choose your favorite:
Eu acho que o meu “third place” (o lugar que você se sente bem e feliz indo que não seja sua casa ou seu lugar de trabalho) são livrarias (ou cafés bonitos).
Minhas favoritas são as que tem sessão de moda com livros que eu sonho em ter na minha mesa de centro algum dia na vida.
Vim indicar minhas 3 preferidas que tem vários livros de moda muito lindos e interessantes (todas em São Paulo)
📍 BETC Havas Café - Rua Oscar Freire 1128
📍 Livraria da Vila - JK Iguatemi
📍 Livraria da Travessa - Shopping Iguatemi
117 mil reais em um fone de ouvido? sounds like a Chanel thing.
Literalmente from MY FEED to yours, rs. Vi a campanha desse novo relógio/fone de ouvido da Chanel e fui atrás da história. Como não vi em lugar nenhum todas infos juntas, fiz esse post.
Achei um acessório bem diferente, e bem cool. Chances de muitas marcas criarem algo parecido e isso virar trend.
🩴 Havaianas is the new trend. Principalmente pós CPHFW
🖼️ Exposição de moda no Louvre pela primeira vez! Wow
Tell me what’s on your mind!
O que achou dessa edição?
love it | boa | ok | could be better…