quem vestia as mulheres que todo mundo queria ser?

ela influenciou uma geração inteira ao vestir Grace Kelly, Audrey Hepburn e Elizabeth Taylor

Hey!

Contei aqui há umas semanas atrás que estava fazendo um curso de figurinos, e agora que acabou, decidi fazer uma matéria sobre o que mais me chamou atenção: a história de Edith Head e como ela influenciou a moda por trás das câmeras nos anos 50.

Além disso, a Gabi veio contar da trajetória dela no marketing de moda, dicas de onde comprar casacos de couro & more :)

Espero que gostem :)

Have a nice reading!

The invisible hand that styled Hollywood

Se você já assistiu Os Incríveis e sua personagem favorita não é a Edna Moda, você com certeza assistiu errado. O melhor de tudo é que ela foi inspirada em uma pessoa real que realmente existiu, e foi absolutamente icônica no mundo da moda. Edith Head: a figurinista mais premiada da história do Oscar e responsável por vestir as maiores estrelas da era de ouro de Hollywood.

A trajetória de Edith é a prova de que para se destacar é preciso ousadia e, principalmente, de que as coisas acontecem exatamente como têm que acontecer.

Formada em Letras, ela passou uma pequena parte da vida como professora. Até que um dia, buscando uma renda extra, decidiu se candidatar a uma vaga de ilustradora na Paramount. O problema é que Edith não sabia desenhar. Então, pegou os desenhos de seus alunos e enviou como se fossem seus. E sim, ela foi contratada.

Não demorou muito para perceberem que os desenhos não eram dela. Howard Greer, chefe do estúdio na época, afirmou que sempre soube, mas que resolveu contratá-la mesmo assim, porque alguém com tamanha audácia e empenho merecia uma chance. Edith aprendeu na marra e acabou se tornando a primeira mulher a ser chefe de figurino, e depois, a maior figurinista de todos os tempos. Então ainda bem que ela mentiu (rs).

Ser figurinista é uma arte delicada, que exige sensibilidade, escuta e um olhar afiado. Não se trata apenas de moda, mas de criar personagens, contar histórias por meio das roupas e traduzir visualmente o que eles estão vivendo. Quando um personagem se redescobre, supera algo, amadurece, isso tudo precisa aparecer nas suas roupas. E o mesmo quando ele vive algo ruim e desafiador.

Os figurinos de Edith funcionavam tão bem porque ela trabalhava em colaboração com os atores. Não queria apenas vestir o personagem, mas vestir o ator junto. Dizia que era impossível criar um figurino impactante se o ator não comprasse a ideia. Ela entendia que o figurino precisa ter vida, e quem da vida é o ator.

E foi justamente por esse cuidado, escuta e talento técnico que ela vestiu as maiores estrelas do cinema: Grace Kelly, Audrey Hepburn, Elizabeth Taylor, Ingrid Bergman, Bette Davis e tantas outras.

Seu trabalho com Grace Kelly em cinco filmes — Janela Indiscreta, Ladrão de Casaca, Disque M para Matar, Amar é Sofrer e Fogo Verde — ajudou a consolidar o conceito de glamour dos anos 1950. Naquela época, o cinema tinha influência direta na moda (ainda tem hoje, mas naquela época era muito mais): o que era sucesso nas telas, virava tendência nas ruas. Em Ladrão de Casaca, por exemplo, os vestidos usados por Grace ajudaram a eternizar o New Look de Dior. Era o luxo francês traduzido para o cinema americano.

Outro grande momento foi em Breakfast at Tiffany’s, quando o famoso little black dress de Givenchy virou ícone. O que poucos sabem é que o vestido, originalmente curto, foi ajustado por Edith, que o desmontou e o transformou em um longo dramático. Cada escolha de figurino era cirúrgica: quando Audrey aparece de jeans no filme, é como se, de repente, Holly Golightly se tornasse humana. A personagem se torna real.

Edith também era pioneira em pensar o figurino em função da câmera. Adorava trabalhar com texturas, que ganhavam vida nas telas, e se preocupava até com o modo como os tecidos se comportariam em diferentes formatos de exibição. Em Golpe de Mestre, por exemplo, ela criou todos os figurinos usando óculos com lentes escuras, para simular o efeito do preto e branco, já que o filme seria filmado assim.

Como boa criadora de personagens, Edith construiu também o seu próprio. Sempre de terninho, franjinha meticulosamente cortada e seus icônicos óculos escuros redondos, ela sabia que a repetição é a chave para se tornar inesquecível. E tanto sabia que até ganhou uma personagem de ficção inspirada na sua atitude.

Criar figurinos não é apenas vestir alguém: é traduzir emoções, traçar trajetórias, revelar sutilezas que palavras não contam. É preciso sensibilidade, técnica e uma boa dose de intuição. E foi graças a artistas como Edith Head que o figurino deixou de ser um detalhe para se tornar linguagem. Ela não apenas vestia personagens, ela os transformava. E, ao fazer isso, transformava também a moda, antecipando tendências e influenciando gerações sem nunca sair de trás das câmeras.

A arte do figurino é quase invisível aos olhos de quem assiste filmes de forma passiva e sem se atentar a esse detalhe, mas é fundamental para dar alma e vida a uma história. E ninguém fez isso com tanto estilo quanto Edith.

Cool tip:

Quando tava fazendo a pesquisa, vi esse vídeo que mostra a exposição que teve dos figurinos de Edith em OKCMOA, e mostra todos os looks mais icônicos criados por ela. Vale a pena assistir 🙂 


Shop my cool finds 🙂
  • Sueter Gallerist: to amando roupas listradas, e adorei essa. Super versátil, da para usar com vários looks

  • Bolsa Zara: tamanho perfeito, cor perfeita e shape diferente

  • Calça TIG: o tipo de calça que vai com tudo e deixa qualquer look mais chic

  • Blusa J01: amei essa blusa, achei super diferente

  • Bota Schutz: amo esse tom e aparência envelhecida. super cool.

Por que se sentir perdido pode significar que você está no caminho certo w/ Gabi Reis

Oie! Eu sou a Gabi Reis, tenho 26 anos, sou mineira e formada em Design de Moda.

Desde sempre, sou movida por conexões, propósito e tudo aquilo que faz o coração bater mais forte, como uma boa playlist, uma coquinha zero e ideias que surgem no banho.

Atualmente, trabalho com marketing de influência na Luiza Barcelos. Meu dia a dia é um mix intenso de criatividade, estratégia e relacionamento. Cuido de ações com influenciadoras, briefings, seedings, eventos, campanhas e muuuito mais.

Mas antes de chegar aqui, passei por uma jornada cheia de dúvidas, descobertas e caminhos inesperados

Hoje, quero dividir um pouquinho do que me trouxe até aqui e dos bastidores dessa rotina tão louca, mas que eu vivo com muita paixão.

Desde pequena, eu sabia muito bem do que gostava e nunca fui fã da ideia de apenas cumprir expectativas. Amava escutar música, dançar balé, assistir hannah montana e brincar de barbie. Quando me formei em um colégio tradicional de BH, esperavam que eu seguisse um caminho seguro e previsível. Mas, como uma boa Gen Z, segui meu coração (mesmo morrendo de medo) e entrei no curso de Design de Moda.

Logo nos primeiros semestres da faculdade, percebi que aquele universo não era exatamente como eu imaginava. Eu não curtia desenhar e nem era fã da parte técnica. Mas me pegava fascinada assistindo aos bastidores de campanhas e eventos, como o Met Gala. E, foi aí, que começaram as perguntas difíceis:


Será que escolhi o curso certo? Que tipo de profissional eu quero ser?

 

Meu primeiro estágio foi numa loja de rua, organizando estoque e respondendo e-mails. Aos poucos, fui pegando o jeito e descobrindo que eu era boa em organização e atendimento. Depois, estagiei na Iorane, uma marca de moda mineira, onde tive meu primeiro contato com influenciadoras. Foi ali que meu olho brilhou e logo pensei: talvez seja aqui. Mas a pandemia chegou e fui desligada pouco tempo depois (rs).

Na sequência, estagiei no marketing do maior shopping de BH. A rotina era agitadíssima e envolvia de tudo um pouco: SAC, lojistas, campanhas e montagens de eventos durante a madrugada (até carro dentro do shopping eu já coloquei).

Aos poucos, a neblina da dúvida foi se dissipando, e aquela sensação de estar perdida deixou de ser desesperadora e passou a ser reveladora. Porque era justamente ali, no meio do desconhecido, que eu estava começando a me encontrar. E foi assim, testando, vivendo e recomeçando, que tudo se alinhou até eu chegar à Luiza Barcelos.

Na prática, meu trabalho hoje envolve criar conexões reais entre a marca, influenciadoras e pessoas. Transformar ideias em experiências que tocam, geram identificação e marcam. Tudo aquilo que, de alguma forma, já existia lá atrás naquela criança que sonhava alto.

Logo que entrei na LB, vivi uma das experiências mais marcantes da minha trajetória. Com apenas um mês de casa, recebi a missão de organizar a lista de convidados de um evento grande, cheio de detalhes e com o tempo correndo contra mim. Viajei para São Paulo para acompanhar tudo e, no avião, caiu a ficha: era minha primeira viagem a trabalho. No meio do caos e da correria, senti algo novo: confiança. Aquela sensação de que, apesar do medo, eu ia dar conta.

Esse evento foi um divisor de águas. Me ensinou que, quando a gente se entrega de verdade, o universo responde. E que as melhores oportunidades quase nunca aparecem quando a gente se sente pronta, mas quando a gente diz "sim", mesmo com medo.

Desde então, vivi coisas que eu jamais imaginei: desfiles com marcas parceiras, campanhas com grandes nomes como Angélica e Giulia Be, collabs com influenciadoras como Nati Vozza, viagens ao redor do Brasil e até negociações com uma Shark Tank (spoiler: eu ganhei!).

Me sentir perdida nunca foi sinal de fracasso. Foi apenas o início de um caminho que eu ainda não conhecia, mas que me levaria exatamente onde eu sempre sonhei chegar. E é exatamente esse aprendizado que me traz confiança e coragem para viver desafios e grandes responsabilidades.

Há umas semanas atrás eu indiquei uma máscara de cabelo aqui, que só vendia lá fora, mas o preço era ótimo e super valia a pena. Então vim trazer uma notícia melhor ainda: agora ela vende aqui também!

A Cer-100 é uma máscara capilar que viralizou no Tiktok, e normalmente, o que viraliza por lá, (quase) sempre é bom. A marca Elizavecca é coreana e está a venda exclusivamente na Beleza na Web.

Tento usar pelo menos 1x por semana para manter o efeito hidratado 🙂 

Favs of the week

  • Participei do podcast Moda com Cosmopolitan essa semana. Eu quase nunca falo, então quando falo é 1 hora de conversa non-stop! rsrs

  • Encontrei os lookbooks antigos da nk e precisei fazer um vídeo mostrando porque são lindos. A cara dos anos 2000!

  • Acabei o curso de figurinos, e adorei tanto! Com certeza vou assistir filmes de forma mais atenta a partir de agora. Apaixonada por esse trabalho.

  • Aceitam dicas de restaurantes? hihi. Fui comer no Kotori, e meu highlight é esse french toast!!!! Muito bom.

  • Comecei esse livro essa semana, ainda não tenho opinião formada, mas é romance então provavelmente vou gostar

O poder de um storytelling

Hoje em dia, uma das coisas que mais destaca e diferencia as marcas, é o storytelling. Você pode ter uma identidade visual linda, roupas lindas e modelos lindas, mas nada se sustenta sem uma história bem contada.

Jacquemus é mestre em contas boas histórias e fazer campanhas muito bem amarradas. E dessa vez não foi diferente.

No seu último desfile, que aconteceu essa semana, Jacquemus trouxe a história de Simon (fundador), de uma maneira tão intima e humanizada que até o convite do desfile tinha fotos da sua infância e família.

Acho muito interessante quando os designers trazem essa percepção de vida para um lado tão intimo e humano. A coleção ganha outra forma.

Criei esse quadro para responder perguntas de vocês, direto ao ponto. As vezes a sua dúvida é a mesma de outra pessoa! :)

Jaqueta de couro é aquele tipo de peça em que temos duas opções: ou investimos um valor mais alto em couro legítimo, com a certeza de que ela vai durar a vida inteira, ou optamos por uma versão em couro sintético, que costuma ser mais barata, mas pode ter uma durabilidade menor. (Vale dizer que existem sim peças de couro sintético de altíssima qualidade, que duram anos e anos, tudo depende do material e do cuidado!)

Então, vim indicar algumas marcas e modelos para todos os gostos 🙂

  1. John John: bomber masculina, que fica bem oversized (amo!). O material é de alta qualidade, mas não é couro legítimo.

  2. nk: couro legítimo, ou seja, uma peça pra vida toda. O preço é mais alto, mas como eu disse, é algo pra colocar na balança. O bom é que couro é super atemporal, então dá pra comprar sem medo.

  3. Zara: tenho peças de couro sintético da Zara há anos e acho a qualidade ótima, nenhuma se desfez até hoje. Essa marrom eu achei linda! A modelagem é moderna e deixa os looks super cool.

  4. Cotton On: modelagem moderna. É aquele casaco que você pode comprar tranquila, porque vai usar muito!

Se você tem alguma dúvida ou quer algum guide especifico, manda aqui de forma anônima e quem sabe eu respondo na próxima edição 🙂 

🏉 Adorei essa ativação da Adidas durante a Fashion Week masculina de Paris

👯‍♀️ Queria ser bff dele

❤️ Um dos designers mais brilhantes dessa nova geração… He knows what he is doing!

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Oie! Eu sou a Pri Cao, e eu escrevo, edito e faço a curadoria de cada conteúdo que você encontra por aqui! Sempre fui apaixonada por moda e por toda liberdade criativa que ela nos proporciona. A ideia da The Setters é trazer conteúdos autênticos, com dados e estudos, mas também com a minha visão de mundo.

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