a demissão mais importante da moda

como um ''não'' fez Marc Jacobs se tornar quem ele é hoje

Hey!

Às vezes, alguns “nãos” são difíceis de escutar: uma demissão, o fim de um relacionamento, uma rejeição qualquer. Mas eu realmente acredito que todo “não” te empurra pra frente. Nem sempre parece assim na hora, mas com o tempo faz sentido. Todos os “nãos” que recebi, até os mais doloridos, me ajudaram a me tornar cada vez mais eu. E com Marc Jacobs não foi diferente — se hoje ele é quem é, uma demissão teve um papel enorme nisso.

Além disso, a Grazi veio falar sobre a volta do maximalismo, mostrei minha nova Havaianas favorita & more

Espero que gostem :)

Have a nice reading!

Fired for being fashion-forward

Essa semana saiu a novidade de que a Sofia Coppola vai produzir seu primeiro documentário (!!!) e a história vai ser nada mais, nada menos do que a de Marc Jacobs, um dos principais designers do mundo da moda.

São mais de 40 anos trabalhando no mercado, e ele começou bem novo, com apenas 16 anos. Ele com certeza tem muito repertório e história pra contar. Enquanto o documentário não chega, vamos dar um deep dive na vida dele.

Nascido em Nova York, cursou uma das escolas mais renomadas de moda, a Parsons, e já se destacava na faculdade. Ganhou o Prêmio Perry Ellis para jovens talentos do CFDA em 1987, com 21 anos, e se tornou o designer mais jovem a receber esse prêmio. A vida perfeita pra quem olha de fora, mas que não transparece todos os traumas de infância que ele sofreu, como a morte precoce do pai e os problemas de bipolaridade da mãe.

Além disso, sofreu bullying e era insultado por ter um jeito mais “afeminado”.

"Eu não praticava esportes, gostava de fazer artes e artesanato, pintava meus jeans, tinha cabelos muito compridos e andava na ponta dos pés. Foi aí que eles decidiram que, por causa dessas coisas, eu só podia ser gay. Naquela época, eles usavam palavras muito menos amigáveis pra dizer isso.E eu me esforçava: será que mudo meu comportamento e minha aparência pra me sentir seguro em torno dessas pessoas que não se sentiam à vontade com a minha aparência, a maneira como me comportava, andava ou falava?", disse Marc Jacobs para a série "Growing Up, Coming Out".

Ainda bem que não mudou e foi fiel a quem ele é. Imagine o mundo da moda sem Marc Jacobs? Impossível.

Em 1988, foi contratado como diretor criativo da marca Perry Ellis, e sua primeira coleção simplesmente quebrou todas as expectativas. Era um estilo grunge e messy, enquanto a marca era conhecida por ser minimalista e feminina. A mídia e os consumidores odiaram, o que levou à sua demissão.

O que poderia ser motivo de desespero, e até de desistência de carreira para alguns, foi só combustível para o sucesso de Marc Jacobs. O que muitos só entenderam depois é que ele estava à frente do seu tempo, já que o grunge se tornaria a tendência do momento alguns anos depois, tornando essa coleção um marco na história da moda.

Depois da demissão, criou sua própria marca, mas em 1997 foi contratado como diretor criativo da Louis Vuitton, que até então não fazia roupas. Ele foi o responsável por implementar o ready-to-wear lá.

Sua marca foi crescendo e se tornou um sucesso em 2007 com o lançamento do perfume Daisy, que é um dos mais famosos até hoje no mundo da perfumaria. Ficou até 2013 equilibrando os pratinhos, e a sua criatividade e trabalho entre as duas marcas, e depois saiu da LV para focar só na Marc Jacobs.

Nos 16 anos em que ficou à frente da Louis Vuitton, Marc Jacobs se consolidou como uma das pessoas mais influentes do mundo da moda, por ter um senso estético único, uma imprevisibilidade em cada coleção, e principalmente por conseguir enxergar tão à frente do seu tempo, mas sempre sendo muito preciso no momento certo de criar.

Visionário, Jacobs foi pioneiro em práticas que se tornaram comuns, como a colaboração entre moda e arte. Trabalhou com artistas como Stephen Sprouse, Takashi Murakami e Richard Prince, criando uma ponte entre o nicho exclusivo da arte contemporânea e o mainstream. Os produtos, desejados até hoje, se tornaram itens de colecionador.

Ele também se uniu com estrelas como Kanye West e Pharrell, que hoje é diretor criativo da divisão masculina da Louis Vuitton.

Tudo o que ele cria tem um pouco do seu DNA explícito: desde as campanhas com um tom mais irônico e bem-humorado, até as roupas que mostram seu lado mais ousado, atento e à frente do tempo. Marc nunca passa despercebido.

Em 2019, foi lançada a The Marc Jacobs, uma linha idealizada para reinterpretar os itens essenciais do armário segundo o olhar de Marc, incluindo a bolsa best-seller “The Tote Bag”. Inclusive usou a coleção grunge para a Perry Ellis, que foi motivo de sua demissão (e sucesso) como uma homenagem com um replay.

Em 2020, o lançamento da Heaven by Marc Jacobs, focada no público da geração Z, apresentou o trabalho de Marc a uma nova geração. Inspirada na estética Y2K, a linha oferece versões de itens típicos da época, como baby tees e conjuntinhos no estilo Juicy Couture. As campanhas são estreladas por nomes como Bella Hadid e Devon Lee Carlson.

Seu visual chama atenção. Marc Jacobs é um homem alto, sempre com roupas chamativas e unhas enormes e coloridas, impossível não reparar nele. Pra alguém que já se escondeu e teve vergonha de ser quem é, seu talento e prestígio foram tão grandes que acabaram gerando a confiança necessária pra ele se mostrar cada vez mais. Um ícone fora da curva, cheio de talento e com um olhar apurado. O mundo da moda teria perdido demais se não fosse aquela demissão…


Shop my cool finds 🙂
  • Calça Ganni: to adorando jeans mais escuro, achei essa cor e modelagem bem lindos

  • Óculos Zerezes: amo lente mais clara, esse modelo ta perfeito

  • Bolsa Arezzo: tamanho ideal pro dia a dia, além de combinar com tudo

  • Blusa Renner: adorei a combinação de cores

  • Colar Gallerist: perceberam que to com hiperfoco em colar de tecido com pingente maxi? rsrs. Amei.

Maximalismo de volta? A gente nunca superou. w/ Grazi Teixeira

Oui! Eu sou a Grazi Teixeira, tenho 22 anos, formada em Publicidade e Propaganda pela FAAP, fundadora da Gcomm, minha agência de marketing digital, e também criadora de conteúdo (sim, sou aquela que vive com o celular na mão e a cabeça cheia de ideias).

Sou completamente apaixonada por esse encontro mágico entre moda e marketing, onde estética, comportamento e estratégia se misturam e viram conexão real. É nesse lugar que eu me sinto em casa: criando narrativas autênticas, construindo marcas com personalidade e entregando conteúdo que conversa de verdade com quem tá do outro lado da tela.

Você piscou… e o reinado absoluto do bege começou a ruir. Os feeds “clean” perderam espaço para montagens caóticas, estéticas confusas, mas incrivelmente autênticas. De repente, as bolsas começaram a falar mais alto do que qualquer look completo. 

Viraram pequenas lembranças pessoais: penduradas de chaveiros, pelúcias, tralhinhas sentimentais, Labubus, Cry Babys, Hello Kitties resgatadas da infância ou garimpadas em brechós online. É o revival da mochila de escola só que com styling.

A gente nunca superou o maximalismo e, sinceramente, ainda bem.

Os tempos em que “menos é mais” dominava o guarda-roupa ficaram para trás. Agora, “mais é só o começo”. Estampas que brigam entre si, texturas que se sobrepõem sem pedir licença, brilhos inesperados no meio do dia, acessórios que parecem saídos de um baú mágico da sua infância… A estética virou experiência, e o look, um campo de liberdade.

Vestir-se deixou de ser sobre elegância contida e passou a ser sobre expressão sem freio.

E quem melhor entendeu isso foi a Gen Z, que cresceu entre GIFs do Tumblr, capas da FRUiTS Magazine e vídeos da Sailor Moon, e que hoje remixam essas referências com uma liberdade que beira o revolucionário. Mas, se você olhar bem, essa estética nunca sumiu, só estava guardada, esperando a hora certa de voltar com força.

 E voltou mesmo. Não acredita? Dá uma olhada nas passarelas:

🪩 Marni explodiu o MFW com uma apresentação que parecia performance de arte moderna. Risso apostou em camadas desconcertantes, sobreposições que mais pareciam colagens em movimento, cartela de cores vibrante e intervenções visuais de artistas como Slawn e Soldier Boyfriend. Tudo lúdico, tudo intenso, tudo propositalmente demais.

🔥 Diesel, por sua vez, trouxe o maximalismo de um jeito mais urbano-apocalíptico: spray paint sobre jeans, grafites vivos na passarela, óculos de contato bizarros e estampas distorcidas. Glenn Martens está dizendo com todas as letras: ser exagerado é ser contemporâneo.

🌈 MSGM, sempre pop, apostou na estética do excesso alegre, florais que gritam, combinações improváveis de cores, silhuetas que abraçam a brincadeira.

🍄 Collina Strada levou tudo a outro patamar, mostrando que até o maximalismo pode ser consciente, com tecidos sustentáveis e construções que mais pareciam saídas de um sonho psicodélico.

A estética não está só nas roupas, ela é um state of mind.

O maximalismo de agora não é só visual, é emocional. É quase infantil, no melhor dos sentidos. Uma forma de carregar no corpo aquilo que é memória, desejo, afeto. As fitinhas de festa, os broches herdados da avó, as pulseiras feitas à mão no verão de 2012… Tudo volta, tudo vira acessório, tudo pode ser usado de preferência, junto.

Não se trata de parecer montada. Nem de forçar uma estética “cool sem esforço”.

É sobre vestir sua identidade em voz alta.

Vestir exagero, vestir lembrança, vestir liberdade.

A saia sobre a calça que você jurou que nunca mais usaria? Agora é hit.

Aquela mochila cheia de chaveiros que balançam a cada passo? Inspiração de streetstyle.

Brinco de estrela com colar de bolinha, mais óculos colorido, mais lenço, mais gloss? Tá tudo certo. Tá tudo lindo.

Quanto mais mistura, mais verdade.

A gente passou tanto tempo tentando caber em molduras estéticas silenciosas, que esqueceram de nos dizer que exagerar também é arte.

E quando a moda vira playground, o look vira performance.

💭 Então me diz… desde quando ser demais deixou de ser elogio?

Com carinho (e um chaveiro de morango, dois Labubus e uma fita do seu aniversário de 15 anos pendurados na bolsa),

Grazi Teixeira

Depois que a The Row teve a audácia de copiar as Havaianas na cara dura (rsrs), me senti na obrigação patriótica de honrar meu país comprando um chinelo novo. O modelo que elas copiaram (esse) tá realmente lindo, mas resolvi buscar algo diferente.

Na Havaianas dá pra personalizar com pins, o que eu já conhecia, mas nunca tinha visto essa possibilidade de trocar as tiras! Pra isso, você precisa comprar dois pares, e aí eles fazem a troca pra você. Me apaixonei pela versão com a sola creme (ou melhor, "encardida") e a tira marrom. A versão oposta levei pra minha irmã, e agora temos chinelos únicos e personalizados.

  • Recebi presentes da Key Design! muito fofos, meu favorito é essa pulseira escrito “trendsetter”

  • Meu look favorito da semana (amo usar calça de “pijama”)

  • Teve shooting de campanha na nk, eu amo muito acompanhar, acho uma das partes mais legais de trabalhar com moda

  • Esse vestido da Zara é 100% como perder um homem em 10 dias!!!!

  • Descobri esse Instagram de arquivos antigos do Marc Jacobs. Amando seguir.

A Hermès não é uma marca de luxo apenas por vender bolsas com preços altíssimos — é muito mais pelo branding que eles construíram ao longo dos anos. Esse posicionamento precisa estar presente em todas as vertentes, inclusive nas redes sociais.

Eles valorizam muito arte e cultura, e isso transparece em todos os canais e eventos. Nos últimos sete meses, mais de 50 artistas foram contratados para colaborar com eles. Simplesmente um mais lindo que o outro.

A Hermès é uma marca muito legal de acompanhar em todos (literalmente todos) os canais possíveis. Até o site deles é incrível.

Criei esse quadro para responder perguntas de vocês, direto ao ponto. As vezes a sua dúvida é a mesma de outra pessoa! :)

Oii, amei essa pergunta!

Quando li, fiquei refletindo sobre como foi o meu processo — principalmente por eu ser uma pessoa mais tímida. Com certeza tive toda essa trava no início (ainda tenho um pouco, confesso). Fiz um guide passo a passo porque acho que são diversos pontos até conseguir se encontrar e se expressar com a moda:

Descobrindo seu estilo pessoal:
Acho que esse ponto é um ótimo norte para onde você vai seguir. Aqui não é só achar um look ou uma roupa bonita; é entender se aquilo cabe no seu estilo e no que você quer comunicar. (Eu AMO uma estética mais punk e messy, mas entendo que não tem nada a ver comigo e com o que quero transmitir. Então, acho bonito nos outros, mas não em mim.) Comece observando quais roupas do seu armário você mais gosta de usar e quais mudanças faria no look. Talvez um sapato diferente? Colocaria mais cor? Ou não mudaria nada? Aqui é importante ressaltar que você não precisa de um nome ou uma estética para definir seu estilo. Não precisa caber em um “cottagecore” ou “messy girl” — basta saber o que faz sentido (ou não) para você.

Comece aos poucos:
Se você tem vergonha de bancar um look muito diferente, comece com o mais fácil. Tente adicionar um acessório diferente, depois um sapato, uma calça que fuja um pouco do básico... Não espere acordar amanhã com coragem de sair por aí com um look à la Malu Borges, rsrs.

Exercício mental:
Quando for adicionando essas peças diferentes, é importante começar um exercício mental: pensar que ninguém realmente está se importando ou julgando o seu look — e, se estiverem, azar o deles. Ninguém pensa tanto assim na gente (AINDA BEM!!!).
Usar o que você gosta, do jeito que você gosta, com certeza vai fazer você transparecer mais confiança — e automaticamente, você vai se sentir melhor!

Siga referências ousadas:
Siga pessoas que bancam o look! Pessoas que fogem do óbvio, para se inspirar.
Adoro ver a Malu Borges saindo de salto de flamingo no shopping, porque aí eu penso: usar algo um pouco mais diferente não é tão chocante assim, hehe.

Se liberte dos julgamentos and be happy!!!!!
Be yourself — you’ll be fine 🙂

Se você tem alguma dúvida ou quer algum guide especifico, manda aqui de forma anônima e quem sabe eu respondo na próxima edição 🙂 

🥤A garrafinha de água mais icônica dos últimos tempos

🍦Ativação fofa da Valentino! Amei a estética

🩳 Essa é a marca da bermuda cool que o Justin Bieber usou

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Oie! Eu sou a Pri Cao, e eu escrevo, edito e faço a curadoria de cada conteúdo que você encontra por aqui! Sempre fui apaixonada por moda e por toda liberdade criativa que ela nos proporciona. A ideia da The Setters é trazer conteúdos autênticos, com dados e estudos, mas também com a minha visão de mundo.

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